Já está bem claro que o grande plano da DC para aumentar as vendas é reformular suas criações e tentar aproximá-las dos adolescentes atuais. Neste caminho, a editora tem tomado decisões arriscadas que poderão lançá-la com sucesso em direção a seu objetivo ou render-lhe um tombo do qual será difícil de se recuperar. E o melhor exemplo disso são as cenas finais de Catwoman nº 1.
A edição, que é desenhada por Guillem March, chegou às comic shops estadunidenses na semana passada e rendeu inúmeros comentários na internet. Também pudera! Afinal, é algo totalmente distante do que costumamos ver nas histórias de super-heróis e, para falar a verdade, algo que as editorar até procuravam evitar.
Veja por si mesmo. Mas, esteja avisado que são as últimas páginas da edição e constituem um grande SPOILER:
E agora? O que esta cena trará para a série? Ou melhor, o que ela significa para o futuro da DC?
Vamos ser pessimistas e pensar primeiro no lado ruim. É evidente o alto grau de apelação contido na cena, e talvez isto indique que os editores acreditem que seja este o caminho para atingir o público-alvo que desejam. Muito apelação e cenas de impacto, seja em relação a violência ou ao sexo. Leia abaixo o que Judd Winick, escritor da série, disse aoNewsarama:
Esta é uma Mulher-Gato para 2011, e minha abordagem para a personagens e suas ações refletem alguém que vive em nosso tempo. E que usa uma roupa de gata. E que rouba. É uma história que é parte policial, parte mistério e parte romance. Nela vocês vão encontrar ação, suspense e paixões. Às vezes, cada uma destas qualidades estarão em seus extremos.
Bem, quem é leitor das antigas já percebeu que a DC virou a nova Image; aposta tudo no visual e pouco no conteúdo. Cenas como esta, só comprovam que a linha de abordagem da editora será através do impacto.
Mas, o quê ela traz de bom? Bem, quando a DC, uma editora bastante tradicionalista, mostra parte dos seios da Mulher-Gato, a heroína movimentando sua mão sobre uma das orelhas de morcego da máscara be Batman, colocando suas mãos por baixo da blusa dele e sentando sobre seu colo de forma pouco contida, pensamos que talvez a editora esteja abrindo mão do conservadorismo hipócrita dos estadunidenses, o qual, muitas vezes, contribue para que boas histórias deixem de ser boas.
Além disso, uma boa consequência desta cena é afastar de vez comentários e brincadeiras referentes à sua sexualidade do morcego. Na verdade, de certa forma, a cena mostra uma evolução do personagem.
Até este momento, confesso que minha opinião é mais para favorável a esta abordagem do que contra. Vamos ver o que as próximas edições reservam. Afinal, independente do conteúdo polêmico, trata-se de Winick, um escritor que começa muito bem seus trabalhos, mas incapaz de manter a qualidade com o desenvolver da série.
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